Brasília - O presidente Michel Temer decidiu cancelar o jantar que estava programado para ser realizado no Palácio da Alvorada na noite deste domingo, 21, por causa do risco de baixa adesão de parlamentares da base. Pela manhã, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), encaminhou um convite, em nome de Temer, para um jantar com ministros e líderes dos partidos da base aliada no Senado e na Câmara numa tentativa de demonstrar apoio ao governo após o agravamento da crise política com a delação de executivos da JBS.
Ao longo da tarde, líderes começaram a avisar que não haveria o evento. "O jantar foi cancelado. Muitos não conseguiram voo. Teremos uma reunião com quem estiver aqui", informou o líder do PMDB Baleia Rossi (SP). O Planalto deve fazer uma nova tentativa de reunir a base num jantar nesta segunda-feira, 22.
Alguns parlamentares tentavam voltar a Brasília, mas tiveram dificuldade. Foi o caso do líder da maioria da Câmara, deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES), que ficou parado no aeroporto de Vitória por causa da chuva.
Auxiliares do presidente minimizaram a mudança da agenda. "Não tem jantar, nem solenidade.
O ministro disse ainda que estava ligando para as lideranças dos partidos da base ao longo do dia e chamou o encontro de "reunião informal".
Durante todo o dia de domingo, Temer recebeu ministros, auxiliares e parlamentares no Alvorada. A agenda começou logo cedo, ainda no Palácio do Jaburu, onde o peemedebista recebeu o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco (Secretaria-Geral de Governo).
O jantar estava sendo visto como uma "reunião de coordenação". Até o momento, o presidente tem conseguido conter uma debandada na base aliada. O PSB decidiu neste sábado pedir a renúncia de Temer e convocações de eleições diretas, mas o único ministro do partido, Fernando Filho, de Minas e Energia, foi ao encontro do presidente no Alvorada neste sábado acompanhado do pai, o senador Fernando Bezerra Coelho. O PPS voltou atrás do rompimento, apesar do pedido de demissão do ministro da Cultura, Roberto Freire.
Os dirigentes e líderes partidários do PSDB e DEM cancelaram a reunião que estava agendada para este domingo, em Brasília, para discutir o apoio ao governo Temer. Segundo a Coluna do Estadão, o presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), telefonou para o presidente em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). Eles acertaram o cancelamento para evitar especulações de que estariam discutindo desembarcar juntos do governo Temer.
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