"Os últimos dias não têm sido fáceis, tenho conversado com muitos na bancada e no parlamento para poder interpretar esse momento que estamos vivendo", escreveu o ministro. "O mais fácil e mais cômodo, sem dúvida nenhuma, seria entregar o cargo o quanto antes. Porém, os meus princípios me afastam da comodidade da covardia e me fazem ter a necessária consideração e respeito com as pessoas que me prestaram sua total confiança, incluindo logicamente a bancada do meu partido, com quem irei debater minha situação antes de qualquer posicionamento definitivo", acrescentou.
Em reunião no sábado, o PSB decidiu desembarcar do governo, mas não estabeleceu punição para quem permanecesse. No entanto, dirigentes e deputados do PSB da ala que faz forte oposição ao presidente Michel Temer pedem a expulsão do ministro do partido por ficar no cargo mesmo após a legenda decidir oficialmente romper com o governo.
A expulsão já foi defendida por parlamentares e integrantes da direção nacional do PSB nos grupos de WhatsApp do partido. "Vamos representar contra o Fernando Bezerra Filho. #ForaFernandoBezerraFilho", escreveu Joilson do Nascimento, secretário sindical e membro da executiva nacional do PSB.
O ministro, que é deputado licenciado, e outros parlamentares do PSB já respondem a processo que pode levar à cassação no partido, por terem votado a favor da reforma trabalhista durante na Câmara, em abril deste ano, contrariando decisão da sigla de fechar questão contra a proposta.
O rompimento com o governo Temer foi defendido pela ala do PSB ligada ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara, mesmo grupo do ex-governador do Estado Eduardo Campos. Esse grupo já defendia independência da sigla em relação ao governo antes mesmo da divulgação da delação da JBS.
O grupo de Fernando Coelho Filho, porém, sempre foi contra e quer permanecer no governo.
(Igor Gadelha).