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Estado de Minas

Gravação é 'imprestável' e não seria aceita em 'situação normal', diz perito da defesa de Temer

Em coletiva, Ricardo Molina afirmou que a gravação é 'prova ruim' e questiona o uso do áudio como material contra o presidente


postado em 22/05/2017 19:33 / atualizado em 22/05/2017 19:50

O perito Ricardo Molina afirmou que as gravações feitas por Joesley Batista, dono da JBS, tem qualidade duvidosa e não deveria ter sido considerada como prova. "Ela deveria ter sido considerada imprestável desde o primeiro momento. E assim o seria, se aparecesse no bojo de um caso sem as conotações políticas que aqui prevaleceram", afirmou em coletiva na tarde desta segunda-feira.

Molina foi contratado pela defesa do presidente para analisar os áudios, paralelamente à investigação que será feita pela Polícia Federal. Na tarde desta segunda-feira, um dos gravadores usados por Joesley foi entregue a corporação pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Molina ainda afirmou, durante sua fala, que a PGR foi "ingênua" e "irresponsável" ao aceitar o material como prova. O perito, contudo, não negou a existência dos diálogos ou o conteúdo da denúncia.

Ainda de acordo com Ricardo Molina, há "inúmeras descontinuidades, mascaramentos por ruído, longos trechos ininteligíveis ou de inteligibilidade duvidosa" na gravação relacionada ao presidente Temer.

Ainda segundo ele, há trechos que em um intervalo de 17segundos fora, observados cerca de cinco pontos onde pode ter ocorrido edição. "Numa situação normal, essa gravação jamais seria aceita como prova. Não existe prova mais ou menos boa. Ou ela é boa ou não presta."

Molina explicou que a gravação foi feita em qualidade muito baixa e o áudio apresenta descontinuidades. Ou seja, não é possível, segundo o perito, afirmar que não houve edição no áudio. “Não posso dizer se houve edição ou não. Até por uma razão simples, porque não dá para escutar, na maior parte do tempo, o que o presidente está falando”. Para ele, a gravação não poder ser considerada autêntica. "Ela é ruim e deve ser descartada. Eu não posso garantir que ela não foi manipulada".

Michel Temer é alvo de inquérito que investiga o peemedebista por corrupção passiva, obstrução de justiça e organização criminosa não seja suspenso.

Em uma das gravações feitas pelo dono da JBS, Temer teria dado aval para que uma espécie de mesada fosse paga ao deputado cassado, Eduardo Cunha, para que ele ficasse em silêncio. Cunha está preso em Curitiba (PR), fruto das investigações da Operação Lava-Jato.

O perito contratado pela defesa do presidente aponta vários momentos em que, segundo ele, há descontinuidades na gravação. Ele ainda aponta que o gravador utilizado por Joesley opera em uma qualidade muito baixa, em frequência de 4 bits. “São até raros os gravadores que usam 4 bits. Causa até estranheza que uma gravação de tal importância tenha sido feita com um gravador tão vagabundo”, disse.

 Com agência


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