Desde os primeiros rascunhos do termo de compromisso do plano de recuperação do Rio, que seria finalmente assinado no fim de janeiro, o governo fluminense vinha resistindo a entregar a modelagem da privatização ao BNDES. Nos últimos dias, porém, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e o secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, confirmaram publicamente que o trabalho ficará com o banco estatal.
Na quinta-feira passada, dia 18, Pezão disse que o BNDES coordenará o trabalho de preparação da privatização da Cedae, durante uma palestra em seminário no Rio. Barbosa explicou ao Estadão/Broadcast que será preciso firmar um contrato com o banco. "Agora a gente está no processo burocrático.", afirmou.
Uma das primeiras medidas da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, foi criar um programa de privatização para o setor de saneamento. No início, a Cedae seria incluída, mas houve divergências entre o BNDES e o governo fluminense. No fim de março, a diretora de infraestrutura do BNDES, Marilene Ramos, sinalizou que as conversas com o governo fluminense haviam sido retomadas.
Com a sanção do presidente Michel Temer da lei que cria o Regime de Recuperação Fiscal, o Rio poderá colocar em marcha o plano. A expectativa é retomar esta semana a votação de outras medidas de contrapartida, como a elevação da contribuição previdenciária dos servidores públicos. Semana passada, Barbosa estimou que seria possível contratar os novos empréstimos em cerca de 60 dias. O plano do governo fluminense é usar os recursos para colocar salários em dia. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Daniela Amorim e Vinicius Neder).