Lindbergh foi na mesma linha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, mais cedo, pediu a líderes das principais correntes petistas, em São Paulo, apoio total à campanha por eleições diretas ao Palácio do Planalto.
Em conversas reservadas, porém, deputados do PT admitem que podem avalizar um candidato de partido da base governista, desde que ele se comprometa publicamente a retirar de pauta as reformas da Previdência e da lei trabalhista, até passar a disputa de 2018.
"Essa ideia é o mesmo que ver a roda quadrada", disse o ex-ministro Gilberto Carvalho, que foi chefe de gabinete de Lula. "É claro que o candidato dessa base só terá apoio se assumir o programa dos bancos."
Maia
Há petistas, no entanto, que aceitam negociar adesão à eventual candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). É, na prática, o mesmo grupo do PT que apoiou Maia para comandar a Casa tanto na última disputa, em fevereiro, como em julho do ano passado. Se Temer renunciar, Maia assume a Presidência por 30 dias. Depois desse prazo é realizada uma eleição indireta.
Aliados do presidente da Câmara dizem que ele já virou o nome preferido do baixo clero para um eventual pós-Temer. No PT, porém, a simpatia por Maia só é confirmada longe dos holofotes.
Para Lindbergh, a proposta é "absurda" e não tem chance de ser aprovada no 6º Congresso do partido, que ocorrerá na próxima semana, em Brasília. "A bandeira das eleições diretas representa o reencontro do PT com a sociedade, que não vai aceitar acordos por cima", afirmou Lindbergh. "Quem participar de um acordão desses estará dando continuidade ao golpe e terá muita dificuldade até para se reeleger."
(Vera Rosa).