Meirelles fez as afirmações durante o 89º Encontro Nacional da Indústria da Construção, ao ser questionado sobre a crise política que ameaça a continuidade do governo. "Minha hipótese de trabalho é de continuidade do governo Temer, à medida que o País vai bem e a economia está crescendo. Não vamos aqui ficar discutindo essas questões. O importante é que o País está na rota certa", afirmou.
O ministro disse ainda que o importante é manter a continuidade da agenda de reformas, para ajustar a economia e aumentar a distribuição de renda. "Temos uma tendência, o que é normal, de que, em determinado momento, haja um pessimismo exagerado, que pode levar a decisões equivocadas", comentou. "É importante serenidade e equilíbrio nesse tipo de situação."
Meirelles destacou também a agenda de reformas implantada pelo governo já foi incorporada à agenda nacional. Segundo ele, a reforma previdenciária é uma necessidade e já é vista dessa forma, independentemente de posições contrárias ou favoráveis ao governo.
"A reforma da Previdência extrapola esse campo de debates", afirmou.
Sobre as mudanças na legislação trabalhista, o ministro avaliou como irrelevante o risco de um aumento do processo de "pejotização" do trabalhador. Segundo ele, essa possibilidade é limitada a algumas profissionais e seria inviável em fábricas com milhares de trabalhadores.
O ministro disse ainda que o governo tem condições de identificar empresas que prestem serviços para apenas uma companhia. "Pode-se estabelecer com facilidade uma contribuição previdenciária sobre o faturamento dessa empresa", afirmou. "À medida que isso se configure como tendência, essa distorção pode ser facilmente corrigida."
Meirelles destacou ainda que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou um crescimento de 1,12% no primeiro trimestre deste ano comparativamente ao mesmo período de 2016. "Houve um momento de ajuste no segundo semestre do ano passado, mas, a partir do momento em que começou o crescimento, no primeiro trimestre, começou rápido", afirmou. "Esse crescimento de 1,12% no trimestre é um crescimento anualizado de quase 4,5%. Isso mostra que o Brasil vai crescer e tem capacidade de crescimento, sim."
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