O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, diz, em nota, que o novo presidente do BNDES não pode perder a oportunidade de executar com celeridade os projetos de financiamento para a indústria e para a infraestrutura. Segundo ele, esses investimentos são essenciais para ajudar a retomada do crescimento da economia brasileira.
Já o presidente da Abiquim (representa a indústria química), Fernando Figueiredo, espera que o novo executivo ajude a reconduzir o banco ao seu papel histórico, de fomentar o desenvolvimento social, papel que, para ele, Maria Silva não vinha cumprindo.
Frederico DÁvila, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), diz que o BNDES deve agir como instituição pública, que preserva o interesse público. Como é acionista da JBS e contribuiu para a formação desse oligopsônio, o BNDES não pode deixar a situação ir por água abaixo, senão arrebenta com a cadeia inteira.
O professor do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Aloisio Araújo, porém, espera que o BNDES mantenha política mais rigorosa e promova um enxugamento. Os empresários têm de saber que os recursos estão limitados.
A política da Maria Silva estava correta, em substituição ao que vinha sendo feito antes, com o excesso de subsídio a empresas eleitas, diz Samuel Pessôa, do Ibre. O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Renato Fragelli, acredita que, ao reduzir o subsídio, ela desagradou a burguesia nacional.
Para José Luis Oreiro, economista da UnB, a saída de Maria Silva pode ser indicativo de que o chamado dream team, a equipe econômica de Michel Temer, pode estar se desfazendo. Ele lembra da pressão dentro do governo por parte de empresários para que flexibilizassem o crédito. Talvez o aperto do BNDES tenha sido exagerado..