São Paulo - O Pixuleco ganhou outras companhias nesta terça-feira, 30. Depois de carregar para manifestações o boneco inflável vestido de presidiário em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o movimento NasRuas faz um protesto em frente à Procuradoria-Geral da República, em Brasília, com os "rostos" do procurador Rodrigo Janot e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que receberam os nomes de "Enganot" e "Gil-lax". Segundo os organizadores, o movimento protesta por uma "Justiça para todos".
No pé do boneco de Janot, lê-se a frase: "Todo poder emana de mim". Segundo Carla, outra crítica do movimento é a liberdade dos empresários da JBS, Joesley e Wesley Batista, após um acordo de delação premiada.
"O Moro está sendo responsabilizado por uma coisa legal. Diferentemente do que houve com ele, as gravações da JBS foram legalizadas e não gerou prisão aos empresários. A gente avalia que estão sendo dois pesos e duas medidas", avaliou Carla.
A organizadora explicou que uma das justificativas para que o protesto fosse nesta terça-feira era que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) julgaria o juiz Sérgio Moro por reclamações disciplinares referentes à divulgação de grampos telefônicos entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula. No julgamento, porém, as reclamações foram retiradas da pauta.
Já o protesto contra Gilmar Mendes tem razões específicas, diz Carla. Segundo ela, o ministro tem tomado "decisões superesquisitas". Com cerca de 13 metros, mesmo tamanho do "Enganot", o boneco do ministro do STF tem os rostos de Lula e do ex-ministro José Dirceu nas costas.
"A soltura do Eike Batista, sem se declarar impedido para julgar, a soltura do Dirceu e, por último, ele agora querendo retomar a conversa sobre prisão em segunda instância", afirma Carla.
Apenas os organizadores do NasRuas, cerca de 10 pessoas, se reuniram para o protesto. Enquanto erguia os bonecos, o movimento fez uma transmissão ao vivo no Facebook. Procuradas pela reportagem, as assessorias da PGR e do STF comunicaram que não iam comentar o protesto.