Marco Aurélio concordou com a primeira tese de Barroso, mas não com a segunda, que prevê que, quando um caso já estiver na fase das alegações finais, com a etapa de produção de provas encerrada, já não haveria a mudança da competência para processar e julgar a ação penal, mesmo se uma autoridade passar a ocupar ou deixar de ocupar um cargo que tenha prerrogativa de foro especial.
"A autoridade deixando o cargo, cessa a prerrogativa de foro, e o processo crime fica em definitivo na primeira instância", votou Marco Aurélio. "Feita esta restrição, acompanho a solução preconizada, e a meu ver preconizada em boa hora, e sempre a tempo de evoluir, pelo ministro Roberto Barroso", disse.
Retomada
Após Marco Aurélio, a ministra Rosa Weber e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, disseram que vão também antecipar o voto. A sessão foi para intervalo e será retomada na sequência. Antes de Marco Aurélio, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista, isto é, mais tempo para analisar o processo que discute a redução do alcance do foro privilegiado concedido a autoridades. Em um longo voto, o ministro afirmou que não havia como fazer mudanças no instituto sem pensar nas "repercussões institucionais" que isso trará para o País.
(Breno Pires e Isadora Peron).