Mais duas cidades de Minas Gerais tiveram os prefeitos cassados pela Justiça Eleitoral por causa de irregularidades durante o período de campanha.
No caso de Santa Luzia, o tribunal concluiu o julgamento dos embargos de declaração e manteve a cassação por abuso de poder econômico. No início de maio, o TRE já havia se posicionado contra recurso de Roseli e do seu vice-prefeito, Fernando César Vieira (PRB). Os dois foram cassados por uso indevido de meios de comunicação social na campanha. Com isso, depois da publicação do resultado da ação, serão marcadas novas eleições para o município. A prefeita ficou inelegível por oito anos.
Já no caso de Jacinto, a corte, por unanimidade, entendeu que houve abuso de poder econômico durante o período eleitoral por parte de Leonardo Augusto de Souza e do vice-prefeito João Alves Berberino (PP). O município, que fica no Vale do Jequitinhonha, também terá que realizar novas eleições. À decisão ainda cabe recurso. No inquérito, o prefeito e o vice foram considerados culpados por distribuir comida no dia da convenção partidária, além da realização de showmício no distrito de Jaguarão, o que é vedado pela legislação eleitoral. O relator da ação, juiz Antônio Augusto Mesquita Fonte Boa, considerou que a distribuição da comida ficou “comprovada” e ainda destacou a contratação do cantor, mesmo sem discurso, contou com as cores da campanha e da divulgação. Os dois ainda tiveram a inelegibilidade decretada por oito anos.
Levantamento feito pelo TRE de Minas Gerais mostra que, com a decisão de quinta-feira, agora existem 36 processos pendentes de indeferimento ou cassação de prefeitos no estado. Ao todo, eleitores de quatro municípios já tiveram que voltar às urnas: Alvorada de Minas, Ervália, São Bento do Abade e Guaraciama. Com a inclusão de Santa Luzia e Jacinto, seis cidades aguardam novas eleições, sendo que, em Cristiano Otoni, o pleito ocorrerá neste fim de semana. Já em Canaã, Campo Florido e Santa Rita de Minas, a data é 2 de julho. Por enquanto, a cidade da região metropolitana e a do Vale do Jequitinhonha ainda aguardam a ação transitar em julgado para que possam ter as datas da eleição marcadas.
Além dos casos já citados, o TRE ainda aponta que em outros 12 municípios o presidente da câmara municipal está exercendo a chefia do Executivo até que sejam feitas novas eleições ou ocorra decisão final sobre o assunto. Há, no entanto, cidades em que o prefeito só permanece à frente do município por força de liminares concedidas pela Justiça. (Colaborou Juliana Cipriani)
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