A Justiça determinou bloqueio de mais de R$ 65 milhões do grupo empresarial multinacional Yser acusado de desvio de verbas na construção da Fundação Hidroex. A decisão ainda inclui mais empresas na ação que apura as irregularidades na construção do complexo, em Frutal, Triângulo Mineiro. As novas empresas incluídas a pedido do Ministério Público, além de fazer parte do grupo no Brasil, estariam sendo vendidas, já que não faziam parte da denúncia. A decisão é da 2ª Vara de Frutal.
Para incluir as empresas na ação, o Ministério Público se baseou em relatório da Controladoria-Geral do Estado (CGE), que comprovou que elas também integram o grupo. Por isso, segundo os promotores, elas seriam “responsáveis solidárias” para reparação dos danos causados ao patrimônio público.
Ainda foram tornados indisponíveis terras denominadas Fazenda Fortaleza, Fazenda Cercadinho e Sítio Campina. Segundo o MP, os imóveis foram avaliados inicialmente em torno de R$ 64 milhões. Foi determinada ainda a decretação de indisponibilidade dos valores depositados em instituições financeiras (R$ 1.374.270,69), dos bens imóveis e dos veículos registrados em nome de todas empresas sediadas no Brasil integrantes do grupo econômico português Yser.
O ex-secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais durante o governo do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB), Narcio Rodrigues (PSDB), e outras 14 pessoas são réus na ação penal que investiga o caso.
O grupo é acusado de organização criminosa, fraude em licitação, obtenção de vantagem indevida, lavagem de dinheiro, peculato e obstrução de investigação na Operação Aequalis.
A Operação Aequalis investiga o desvio de verbas públicas da Fundação Hidroex, vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, entre 2012 e 2014, pasta que Nárcio comandou durante quatro anos. A fundação desenvolvia, em Frutal, no Triângulo Mineiro, um centro de pesquisas de recursos hídricos.
O Ministério Público acusa o grupo de envolvimento na construção do centro de tecnologia em 2011, que beneficiou a construtora CWP, que já pertenceu a um primo do senador Antonio Anastasia, Waldemar Anastasia Polizzi. Os promotores também investigaram o desvio de recursos na execução das obras, que chega a R$ 8,7 milhões.
O MP denunciou também que os réus teriam agido para um acordo ilícito com a multinacional portuguesa Yser. A empresa teria participado de um esquema de lavagem de dinheiro para financiamento de campanha eleitoral, no segundo semestre de 2012.