No terceiro dia do julgamento da ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, eleita em 2014, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se restringiram, na manhã desta quinta-feira, a discutir se devem ou não incluir a delação premiada da Odebrecht no julgamento.
Nesse embate e de acordo com as declarações dos sete ministros que compõe o pleno do TSE, o placar deverá ser de 4 a 3, desfavorável ao relatório do ministro Herman Benjamin, favorável à inclusão da delação da Odebrecht, que aponta irregularidades no financiamento da campanha que elegeu a chapa Dilma-Temer, em 2014.
A sessão de hoje, que começou às 9h20, está marcada para ser retomada às 14h30. Além da inclusão ou não da delação da Odebrecht, está previsto também para hoje as alegações das defesas de Dilma e Temer.
O julgamento deve continuar nesta sexta-feira (9) e poderá se estender até este sábado (10) para que os ministros possam decidir o mérito da ação. Em questão para os sete ministros do TSE está a decisão se o presidente Michel Temer (PMDB) deve perder o mandato e se a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ficará inelegível por oito anos.
Aposta
O Palácio do Planalto contabiliza uma maioria apertada, mas suficiente para garantir a absolvição do presidente. A maior preocupação, porém, é com um "fato novo" referente às investigações envolvendo o presidente que possa influenciar no resultado do processo. A previsão é de que o julgamento termine, no mais tardar, no sábado.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente acompanhou comministros e assessores, no Palácio do Planalto, o terceiro dia do julgamento. A assessoria também informou que não há compromissos oficiais de Temer agendados para esta quinta-feira.
Confusão
O ministro e relator Herman Benjamin, relator da ação contra a chapa presidencial encabeçada por Dilma Rousseff, se confundiu e chamou na manhã desta quinta-feira, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, de Michel Temer.
"Agradeço ao presidente Michel Temer", disse Herman, no início de uma frase em que fazia referência a Mendes.
O erro causou risos dos demais ministros. Herman, em seguida, se corrigiu. "O outro (Temer) é presidente também, mas é réu aqui", disse.
O ministro relator fez a confusão ao agradecer a contribuição dos funcionários do tribunal ao seu trabalho à frente da relatoria do caso.