O retorno da sessão para discutir a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi marcado por momentos de tensão e descontrole na tarde desta sexta-feira. O ministro Napoleão Nunes Maia, primeiro a ler seu voto após o relator Herman Benjamin, chegou a se descontrolar ao comentar a citação de seu nome em delações da OAS e da JBS. “Desejo que essa pessoa sofra em si ou na sua família o que me fez passar”, afirmou o ministro bastante exaltado. A sessão foi interrompida logo em seguida.
O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino, retomou a sessão pedindo o impedimento do ministro Admar Gonzaga, uma vez que o juiz havia atuado como advogado da então presidente Dilma Rousseff. Por unanimidade o pedido do vice-procurador-geral foi rejeitado. E houve uma ríspida discussão entre Dino e o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes.
“O Ministério Público não pode surpreender o tribunal.
Logo em seguida, Napoleão começou a ler seu voto, mas pediu um espaço para rebater denúncias publicadas em sites na manhã desta sexta-feira. Ele comentou sobre seu filho ter sido barrado na porta do plenário por não estar trajado adequadamente.
“Ele não vinha trajado a rigor. Portanto não pôde entrar acertadamente. A segurança acertadamente barrou-lhe o ingresso. Instante seguinte, um site altamente dinâmico do Brasil publica uma notícia dizendo que homem misterioso portando envelope tenta forçar entrada na corte do TSE para entregar ao ministro Napoleão”, afirmou o ministro.
Rapidamente ele ficou exaltado e passou a disparar contra os responsáveis pela divulgação de delações premiadas nas quais foi citado, das empresas OAS e JBS.
“Há poucas semanas me envolveram com a JBS. Porque um infrator confesso, da ética e da legislação, faz uma delação para receber benesses e menciona meu nome. Coisa nenhuma. Corro o perigo de descambar para palavras que não devo dizer em respeito ao tribunal”, afirmou Napoleão. .