CPI da JBS também deve avançar sobre Fachin e Ministério Público

A nova tentativa está articulada para acontecer na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS, que deve ser instalada nesta semana

Em mais uma demonstração de resistência da base do governo Temer contra as investigações que recaem sobre o presidente, parlamentares buscam trazer o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava-Jato, e também membros do Ministério Público para depor em comissões do Congresso.


A nova tentativa está articulada para acontecer na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da JBS, que deve ser instalada nesta semana.

"Queremos de imediato ouvir os irmãos Wesley e Joesley Batista, o Ministério Público (MP) e o Judiciário. Queremos compreender esse método diferenciado de delação que permitiu a total liberdade para esses empresários", afirmou o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), parlamentar que propôs a criação da comissão e que deve presidir o colegiado.

Quando questionado sobre quem seriam os representantes do STF e MP a ser convocados, o senador não apontou nomes, mas deu sinalizações claras. "Quem pediu a homologação e quem homologou a delação", afirmou. Relator da Lava-Jato, o ministro Edson Fachin é o responsável pela homologação das delações premiadas. Como procurador-geral da República, Rodrigo Janot, é o líder das investigações.

Os procuradores responsáveis especificamente pela delação da JBS foram Sérgio Bruno Cabral Fernandes, Eduardo Botão Pelella, Fernando Antônio de Oliveira Júnior, Ronaldo Pinheiro de Queiroz e Daniel de Resende Salgado.

O senador Ataídes Oliveira afirmou que já tem os requerimentos de convocação prontos e deve apresentá-los tão logo a CPI seja instalada. A CPI da JBS será um colegiado composto por 16 senadores e 16 deputados. Ainda na fase de indicação de membros, a previsão é que a comissão seja instalada na próxima quarta-feira.

O objetivo é investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F em operações realizadas com o BNDES e BNDES-PAR ocorridas entre os anos de 2007 a 2016.
Além disso, a comissão também pretende investigar o acordo de delação premiada dos empresários Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, desculpa ideal para a convocação de Fachin, Janot e procuradores responsáveis pelo acordo.

Investida pró-Temer


Essa não é a primeira ação da base de Temer contra o Ministério Público e o Judiciário. A delação da Odebrecht, que traz supostos áudios do presidente Michel Temer com delatores, foi o marco de uma nova crise no governo. Desde então, a base se prepara para contra-atacar e enfraquecer o trabalho do ministro Edson Fachin e do procurador-geral, Rodrigo Janot.

Na semana passada, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) apresentou um requerimento de informações dirigido ao ministro Edson Fachin na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
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