Como mostrou ontem o
Broadcast/Estadão
, os tucanos não devem tomar nenhuma decisão sobre desembarque na reunião de hoje. A avaliação nos bastidores é de que, após a absolvição de Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na semana passada, o PSDB deve agora esperar eventual denúncia contra o presidente que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve enviar até o fim de junho.
Alckmin, Doria e o senador afastado Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB, trabalharam durante todo o fim de semana para garantir que a legenda não tome nenhuma decisão na reunião de hoje. A avaliação dos "aecistas" é a de que, se a sigla desembarcar, o PMDB, partido de Temer e dono da maior bancada do Congresso, trabalhará pela cassação do senador mineiro, que foi fortemente atingido pela delação da JBS.
Para auxiliares de Temer, as pretensões eleitorais de Alckmin e de Doria favorecem um entendimento deles com o Planalto neste momento. A ambos interessaria manter Temer no cargo, ainda que com baixa popularidade, até 2018, quando um dos dois poderá ser o candidato a presidente. No PSDB, a compreensão é de que a substituição de Temer, via eleição indireta, poderia abrir caminho para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ser candidato e permanecer no cargo de presidente, o que elevaria o cacife eleitoral do partido dele para 2018 e dificultaria um entendimento com os tucanos.
(Igor Gadelha e Renan Truffi).