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Estado de Minas

'Tropa de choque' do governo obstrui sessão da Câmara que discute PEC das Diretas

Governistas desavisados que vinham marcar presença eram orientados por assessores a não registrá-la, o que levou a sessão a um atraso de 45 minutos por falta de quórum


postado em 13/06/2017 12:07 / atualizado em 13/06/2017 12:26

Sala de reunião da Comissão de Constituição e Justiça, nesta terça-feira, que analisa PEC das eleições diretas(foto: Bily Boss/Agência Câmara)
Sala de reunião da Comissão de Constituição e Justiça, nesta terça-feira, que analisa PEC das eleições diretas (foto: Bily Boss/Agência Câmara)

Brasília - Com obstrução dos governistas, começou nesta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara a reunião exclusiva para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas.

De autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), a PEC propõe eleições no caso de vacância da Presidência da República, exceto nos seis últimos meses do mandato.

Governistas desavisados que vinham marcar presença eram orientados por assessores a não registrá-la, o que levou a sessão a um atraso de 45 minutos por falta de quórum.

Deputados da base aliada menos alinhados com o Palácio do Planalto registraram presença, assim como os membros da "tropa de choque" do governo, que abriram a sessão em obstrução, com uma série de requerimentos para retardar o andamento dos trabalhos.

Com receio de não ter votos suficientes para barrar a PEC, os governistas não estão permitindo que os debates sobre o tema avancem. "O governo obstrui o debate assumidamente", reclamou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

A oposição veio munida de placas de protesto com os dizeres: "Vampiro teme a luz, corrupto teme diretas", "fujões apareçam para o debate" e "governistas fogem do debate!".

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) acusou os governistas de não permitirem a participação popular numa eventual escolha do substituto de Michel Temer. Em um duro discurso, Molon destacou que o governo faz chantagem com o PSDB, usando a possibilidade de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para manter o aliado. "É um governo mentiroso e covarde, além de corrupto", afirmou.

Em nome da base governista, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), pregou a importância de se manter a governabilidade. "Nós precisamos voltar à normalidade da vida nacional", disse.

Desde que a crise política se agravou com a divulgação da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS, a oposição tenta votar a PEC na CCJ. Sob pressão dos oposicionistas, o presidente da comissão, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), cedeu e marcou a sessão exclusiva para hoje, contrariando os governistas.


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