Brasília, 13 - Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa de Aécio Neves (PSDB-MG) negou que o tucano esteja descumprindo a decisão da Corte e afirmou ele está afastado do mandato de senador desde 18 de maio, quando foi deflagrada a Operação Patmos.
"Com efeito, após o dia 18 de maio de 2017, o ora defendente jamais esteve nas dependências do Senado Federal e nem exerceu qualquer atividade parlamentar. Não esteve no Plenário e nem em qualquer Comissão daquela Casa Legislativa", diz a petição assinada pelos advogados José Eduardo Alckmin e Alberto Zacharias Toron.
Segundo a defesa, "em total respeito e reverência devidas à decisão emanada do colendo Supremo Tribunal Federal", o senador não praticou "qualquer ato inerente ao exercício do mandato" desde que foi afastado.
Os advogados anexaram ao processo uma certidão expedida pela Mesa Diretora que confirma que o último registro de presença de Aécio no Senado aconteceu no dia 17 de maio.
Impasse
A manifestação de Aécio acontece no momento em que se discute se o Senado, ao não dar posse ao suplente do tucano e manter o funcionamento do seu gabinete, não estaria desrespeitando a decisão do Supremo.
Nesta terça-feira, 13, os senadores que fazem parte da Mesa Diretora da Casa afirmaram que não estavam descumprindo a liminar do ministro Edson Fachin, mas que, como não existe previsão de afastamento no regimento do Senado, caberia ao Supremo esclarecer como deve ser cumprida a decisão.
O assunto foi debatido entre o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e a presidente do STF, Cármen Lúcia, na tarde desta terça-feira, durante uma reunião realizada no STF para tratar da retomada das obras da transposição do Rio São Francisco.
(Isadora Perón e Breno Pires)