“A economia já está destravando, o varejo está se recuperando e vamos atingir, no primeiro semestre, um desempenho do PIB melhor do que o previsto anteriormente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI)”, disse um interlocutor palaciano. O jantar de ontem envolvia cifras consideráveis. Os cálculos preliminares apontam uma disponibilidade de caixa do BNDES de até R$ 50 bilhões para obras em infraestrutura, a depender dos projetos apresentados pelos governadores.
Temer também quer contar com o apoio dos governadores — da base, especialmente — para a aprovação das reformas em tramitação no Congresso. O governo espera fidelidade e apoio dos chefes do Executivo estadual na interlocução política com os respectivos deputados e senadores para pressioná-los a votar pela aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. A trabalhista, mais adiantada, deve ser aprovada até o fim deste mês.
O Planalto também quer passar ainda a imagem de que segue fortalecido após a vitória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e em conseguir manter o apoio do PSDB na base do governo. “O presidente quer mostrar que segue trabalhando normalmente, com empenho para tirar o país da crise. Quer mostrar aos governadores o que está acontecendo e as medidas adotadas para superar os obstáculos políticos”, afirmou um interlocutor.
DINHEIRO NOVO O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que o convite para o jantar feito pelo presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada em busca de apoio dos governadores foi uma espécie de “convocação”. De acordo com ele, os governadores se reuniram com Temer para um pedido comum ao presidente, que é a renegociação das dívidas estaduais junto aos bancos públicos. “Nós temos uma pauta que estamos discutindo dentro do governo e que vai ser pedida no jantar, que é a securitização das dívidas ativas.”
Ele destacou que o pleito de todos osestados é de alongar as dívidas com o BNDES com três a quatro anos de carência, sendo que algumas estão acordadas, mas ainda não foram aprovadas. Pezão disse ainda que linhas novas não fazem parte do pleito, mas ele espera que elas entrem na negociação. “Tomara que tenha. Dinheiro novo sempre é bom”, afirmou.
Além dos governadores, estiveram presentes ao jantar os integrantes da equipe econômica, incluindo o presidente do BNDES, Paulo Rabello; da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi; e do Banco do Brasil, Gustavo do Vale.
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