"Ele fazia observações engraçadas sobre sinais exteriores de cada um dos ministros, como os penteados. Mas, é claro, que estava preocupado mesmo com os desdobramentos dos processos. Tinha suas opiniões, mas sempre dava espaço para os entrevistados sem interferir nas declarações", afirmou Mendes durante o velório que acontece no início da tarde desta quarta-feira no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio.
O ministrou contou que era amigo de Moreno desde 1973, quando se reencontraram em Brasília ainda no período de escola. Os dois são conterrâneos de Mato Grosso.
"Quando voltei da Alemanha ele já era um jornalista reconhecido. Em Brasília, fui um habitué em sua casa", acrescentou Mendes que disse ter conversado por telefone com o colunista ontem.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que mesmo nas situações de divergência política e críticas ao seu mandato, Moreno nunca deixou de ser um amigo.
Maia, muito emocionado durante o enterro de Moreno, contou que o jornalista tinha uma visão crítica sobre o momento político atual, mas que ainda assim demonstrava ânimo na carreira, principalmente por causa do programa na rádio CBN que comandava todas às sextas-feiras, o talk show "Moreno no Rádio".
"Moreno tinha um dom especial de misturar pessoas. Se não fosse por ele, (essas pessoas) não estariam ao meu lado hoje. Gostava muito de sentar com ele para conversar sobre a história do Brasil.
(Fernanda Nunes).