Joesley disse à revista que a relação com Michel Temer nunca foi de amizade e que via nele a possibilidade de resolver problemas. "Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina", revelou o empresário.
Segundo a entrevista, Joesley disse que o presidente também o procurava pedindo colaboração. Em uma das vezes, "pediu os R$ 300 mil para fazer campanha na internet antes do impeachment, preocupado com a imagem dele".
O dono da JBS também falou sobre o esquema de cobrança de propina por parte do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. "O Eduardo, quando já era presidente da Câmara, um dia me disse assim: "Joesley, tão querendo abrir uma CPI contra a JBS para investigar BNDES. É o seguinte: você me dá R$ 5 milhões que eu acabo com a CPI", contou.
O mesmo acontecia, segundo ele, com Lúcio Funaro. "Lúcio fazia a mesma coisa. Virava para mim e dizia: "Tem um requerimento numa CPI para te convocar. Me dá R$ 1 milhão que eu barro". Mas a gente ia ver e descobria que era algum deputado a mando dele que estava fazendo. É uma coisa de louco".
"Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância", conta o empresário, referindo-se a Temer, Cunha, Henrique Meirelles, Padilha e Moreira. .