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Estado de Minas

Temer 'é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil', diz Joesley Batista a revista

Em entrevista à revista Época, o dono da JBS detalhou a relação com Michel Temer


postado em 16/06/2017 23:33 / atualizado em 16/06/2017 23:42

O empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS e responsável pela delação que  provocou terremoto político em Brasília, declarou, em entrevista à revista Época, que o presidente Michel Temer "é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil". Reforçou ainda as acusações de que o peemedebista pediu dinheiro para campanha e disse que Temer "não tem muita cerimônia para tratar desse assunto".

Joesley disse à revista que a relação com Michel Temer nunca foi de amizade e que via nele a possibilidade de resolver problemas. "Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina", revelou o empresário.

Segundo a entrevista, Joesley disse que o presidente também o procurava pedindo colaboração. Em uma das vezes, "pediu os R$ 300 mil para fazer campanha na internet antes do impeachment, preocupado com a imagem dele".

O dono da JBS também falou sobre o esquema de cobrança de propina por parte do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. "O Eduardo, quando já era presidente da Câmara, um dia me disse assim: "Joesley, tão querendo abrir uma CPI contra a JBS para investigar BNDES. É o seguinte: você me dá R$ 5 milhões que eu acabo com a CPI", contou.

O mesmo acontecia, segundo ele, com Lúcio Funaro. "Lúcio fazia a mesma coisa. Virava para mim e dizia: "Tem um requerimento numa CPI para te convocar. Me dá R$ 1 milhão que eu barro". Mas a gente ia ver e descobria que era algum deputado a mando dele que estava fazendo. É uma coisa de louco".

"Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância", conta o empresário, referindo-se a Temer, Cunha, Henrique Meirelles, Padilha e Moreira.


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