O que a cena de um coelhinho fugindo da gaiola ou de um cachorro tapando a boca de uma mulher com a pata tem a ver com o direito penal? Para a juíza federal criminal Carolina Souza Malta, 35 anos, que atua no Recife (PE), muita coisa. É que ela usa a página pessoal no Twitter para dar lições bem humoradas da matéria usando memes e gifs animados dos bichinhos.
O perfil faz sucesso na rede social e seguidores mandam cenas para a magistrada para que ela avalie situações do cotidiano animal.
Em um dos tweets, a juíza postou o gif de um cachorrinho mexendo freneticamente com as patas e escreveu: “Quando o réu entra com um HC seguido de outro, e depois outro, e depois outro (todos denegados)”.
Em outro, os cachorros “dirigem” uma espécie de velocípede, e a magistrada afirma: “o réu diz que não recebeu valores indevidos, mas tem poder aquisitivo incompatível com a renda declarada”.
A juíza, que presidiu o primeiro júri federalizado do Brasil por violação de direitos humanos em abril de 2015 – o caso de repercussão nacional foi referente à execução do advogado Manoel Mattos, que atuava contra grupos de extermínios – disse que tudo não passa de uma grande brincadeira. “É uma forma bem-humorada e mais leve de falar sobre direito penal, sem a carga dramática que o tema geralmente carrega”, afirma.
Segundo ela, também é um jeito de tocar no assunto sem associações pejorativas ou sem enveredar por polêmicas.
Carolina Malta é mestre em direito público e tomou posse como juíza aos 23 anos. Ela tinha um blog para ajudar os interessados em concurso para juiz, mas depois que passou a atuar exclusivamente nos casos criminais, o tempo ficou curto e veio o twitter. .