Na véspera da apreciação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou na manhã desta segunda-feira, 19, que o partido tem que aguardar a decisão da Justiça com "confiança e serenidade" e que pode sair da base do governo de Michel Temer a qualquer momento.
Segundo Alckmin, o PSDB está acompanhando a crise dia a dia. "Podemos sair da base a qualquer momento. Sair é deixar de ter ministério, o que, aliás, eu acho completamente secundário. Quando houve o impeachment, fui contra que o PSDB ocupasse ministérios, sempre fui. Não deveria ter entrado, indicando ministros, mas a maioria decidiu", ressaltou.
O tucano paulista voltou a dizer que agora o importante é terminar as reformas. "É o que temos defendido. A reforma trabalhista, que vai estimular emprego e diminuir a informalidade, deve estar aprovada até o final do mês. Vamos aguardar a sanção pelo presidente da República.
De acordo com Alckmin, há três correntes diferentes dentro do partido. "Tem aqueles que querem sair imediatamente; aqueles que, assim como um casamento, é até que a morte dos separe; e a nossa posição, que é aguardar para completar as reformas, questão de 60, 90 dias. Nosso compromisso não é com o governo, mas com a retoma do emprego, o crescimento da economia e da renda da população. Se não saíssemos imediatamente, iríamos piorar a situação", afirmou. Logo em seguida, porém, negou que estivesse dando prazo para uma eventual saída da base. "Não tem data, estamos acompanhando os fatos dia a dia, podemos sair a qualquer momento", repetiu.
Aécio
Sobre a situação de Aécio Neves, o governador disse que a sigla deve aguardar com serenidade a decisão da Justiça, com confiança e toda a oportunidade para que ele possa se defender. Questionado se Aécio teria condições de permanecer à frente do partido caso seja preso, Alckmin ressaltou que o senador já está afastado da presidência da legenda, atualmente sob o comando interino do também senador Tasso Jereissati.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo semana passada, o governador defendeu que o PSDB antecipe a convocação de uma convenção para escolha de um novo presidente e renovação da executiva nacional.
Segundo Alckmin, essa medida pode ser tomada porque o estatuto tucano não prevê que um presidente possa ter o mandato prorrogado, situação atual de Aécio. "Tem que investigar, punir quem é culpado, inocentar quem é inocente. Mas o Brasil precisa continuar funcionando.
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