Antes de decidir embarcar para a Rússia e Noruega, Temer já havia sido alertado por aliados de que a sua ausência durante uma semana do país precisava ser bem articulada. Hoje, ele decidiu atrasar o embarque em três horas - das 11h30 para as 14h30 - para fazer os últimos ajustes e finalizar a estratégia para se manter no controle das ações no Brasil mesmo distante. Ao manter a viagem, segundo fontes, Temer mostra que não está intimidado com as acusações de Joesley Batista.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, e da Casa Civil, Eliseu Padilha, que são os homens mais fortes do presidente serão os responsáveis por "cuidar do Planalto" na gestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que assumirá a presidência. Hoje pela manhã, ao chegar no Planalto, o presidente se reuniu com os dois ministros.
Apesar de contar com o esvaziamento da Câmara e Senado por causa das festas juninas para dar um "ar de normalidade", Temer sabe que não pode deixar vácuos no Congresso e como tarefas e missões deixou ordens aos aliados que defendam o governo publicamente. Segundo auxiliares, o governo quer checar nesta semana o máximo possível as insatisfações da base para que elas sejam atendidas.
(Carla Araújo e Tânia Monteiro).