Rio – Os candidatos à lista tríplice para a Procuradoria-Geral da República saíram em defesa da Lava-Jato e criticaram Gilmar Mendes. “Afirmar que o Ministério Público Federal tem exagerado não condiz com a verdade. Venho repudiar essa fala, que é um desserviço”, disse o subprocurador-geral da República Nicolao Dino.
Outro candidato, o subprocurador-geral da República Eitel Santiago afirmou que Mendes “tem sido complicado às vezes por falar demais”. Em tom de provocação, Santiago citou que outra candidata, Raquel Dodge, teria o apoio de Gilmar Mendes (ela é vista como uma das favoritas à lista, ao lado do subprocurador da República Mario Bonsaglia). “Não procurei o ministro (da Justiça) Torquato (Jardim) ou Gilmar Mendes para que apoiassem o meu nome. Tenho me dirigido apenas internamente à classe. Mas caso entre na lista, farei contatos, como com o ministro da Justiça”, respondeu Raquel.
Ela também defendeu a Lava-Jato. “Não podemos regredir nem titubear, apoiarei a Lava-Jato. Se necessário a ampliarei. A Lava-Jato tem demonstrado que ninguém está acima da lei”, disse Raquel. Já o subprocurador Mario Bonsaglia disse que, caso eleito, a Lava-Jato “vai prosseguir com toda firmeza e apoio”. Ele afirmou que dará prosseguimento às forças-tarefas de Curitiba, do Rio, entre outras.
Os três subprocuradores escolhidos formarão uma lista tríplice e serão indicados à escolha pelo presidente Michel Temer, que poderá, no entanto, não optar por um dos nomes. Se isso ocorrer, vai romper com a tradição de indicar o nome mais votado pelos procuradores entre três apresentados pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Após a escolha de Temer, o escolhido será sabatinado e terá que ser aprovado pelo Senado. Concorrem ao cargo os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino de Castro Costa e Neto, Raquel Elias Ferreira Dodge e Sandra Verônica Cureau. Rodrigo Janot está no cargo desde 2014 e sairá em setembro.