Em um mês, Aécio perde mais de 80 mil seguidores no Facebook

São Paulo, 20 - Desde que a gravação entre o senador Aécio Neves (PSDB) e o empresário Joesley Batista, da JBS, foi divulgada, no dia 17 de maio, o parlamentar só perdeu seguidores no Facebook.
Segundo lugar entre os presidenciáveis com mais fãs na rede social - atrás apenas do deputado federal Jair Bolsonaro -, o tucano tinha 84 mil seguidores a mais um dia antes de o escândalo envolvendo a JBS vir à tona, segundo a ferramenta de monitoramento de redes Quintly.

Em uma análise entre os dias 15 de maio e 20 de junho, a queda mais brusca de fãs foi no dia 18 de maio, como mostra o gráfico feito pela Quintly. Nesse dia, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou prender a irmã e um primo do tucano a partir de acusações feitas por Joesley em delação firmada com o Ministério Público Federal.

Embora neste dia tenha havido um aumento nas interações com a página - isto é, comentários, curtidas e compartilhamentos -, a pico de participação de internautas veio dias depois, em 23 de maio, quando o senador publicou um vídeo em sua defesa. Nele, o senador afirmou que recorreu ao empresário da JBS para vender um apartamento de sua família no Rio de Janeiro porque "não fez dinheiro na vida pública".

No dia em que a Primeira Turma do STF julga os recursos contra a liminar de afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o pedido de prisão do parlamentar feito pela Procuradoria Geral da República (PGR), o senador foi parar nos assuntos mais comentados do Twitter, com a hashtag #AécioNaCadeia.

Atrás de Bolsonaro (4,37 milhões de seguidores) e Aécio (4,27 milhões), estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2,9 milhões), o prefeito de São Paulo João Doria (2,76 milhões), a ex-ministra Marina Silva (2,35 milhões), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (860 mil) e o ex-ministro Ciro Gomes (121 mil).

O tucano é acusado pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça. Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para barrar o avanço da Operação Lava Jato.

Sem comentar o movimento nas redes sociais, a defesa do senador disse, por meio de nota, que "o dinheiro foi um empréstimo oferecido por Joesley Batista com o objetivo de forjar um crime que lhe permitisse obter o benefício da impunidade penal". Ainda segundo os advogados, o empréstimo não envolveu dinheiro público e "nenhuma contrapartida por parte do senador, não se podendo, portanto, falar em propina ou corrupção". "O senador tem convicção de que as investigações feitas com seriedade e isenção demonstrarão os fatos verdadeiramente ocorridos", finaliza a nota.

(Elisa Clavery).