O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quarta-feira que seja mantido o acordo de delação premiada com o empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Segundo Janot, outros seis colaboradores tiveram como premiação a não apresentação de denúncia, assim como foi feito em relação à JBS.
Dessa forma, para ele, permitir uma revisão do acordo neste momento, terá consequências em vários outros acordos de colaboração premiada.
“Como é que se pode recusar um acordo quando se tem conhecimento de crime sendo praticado em curso por altas autoridades da República, porque a premiação seria alta, seria média, ou seria baixa”, afirmou Janot.
As afirmações foram feitas na tarde desta quarta-feira no plenário do Supremo Tribunal Federal, onde os ministros avaliam uma questão de ordem apresentada pelo ministro Edson Fachin.
Relator da Operação Lava-Jato no STF, ele sofreu críticas pelo perdão judicial concedido aos delatores do Grupo J&F, holding da empresa JBS.
Ao terminar suas alegações, Janot usou uma citação de Martin Luther King: “Não há nada mais trágico nesse mundo do que saber o que é certo e não fazê-lo”.