"Revisitar esse acordo e permitir que ele seja revisitado no futuro de maneira arbitrária significa um golpe de morte no instituto da delação premiada.
"Rever esse acordo no presente momento, quando os colaboradores já confessaram a prática do crime, quando o Estado já obteve benefícios, é um golpe brutal na segurança jurídica. É a frustração dessa confiança legítima que o cidadão deposita no Poder Público. É um golpe no instituto da delação premiada. Porque todos que pensam em delatar vão pensar na fragilidade do instituto e dos pactos firmados entre o cidadão e o poder público", afirmou o advogado.
De acordo com Bottini, os colaboradores da JBS se apresentaram ao Poder Público, confessaram a prática de crimes e apontaram agentes públicos que participaram dessas práticas. "Dentre esses agentes, um presidente da República, ministros de Estado, deputados federais, governadores e um procurador da República. Além de apontar, eles foram além: trouxeram contundentes dados de corroboração. Talvez os dados mais contundentes do que qualquer outro acordo homologado", comentou Bottini.
O advogado também defendeu a decisão do ministro Fachin de homologar a delação da JBS.
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