Além da transmissão de cargo, Maia e Temer têm pelo menos um assunto para tratar: a esperada denúncia contra o presidente, que deve ser apresentada pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot.
Há ainda a expectativa em torno do laudo da Polícia Federal que seria encaminhado ainda nesta sexta-feira ao ministro Edson Fachin, do STF, com a conclusão do inquérito que investiga o presidente Michel Temer. Conforme antecipou ontem, 22, a Coluna do Estadão, os peritos finalizaram hoje o laudo da análise das gravações feitas pelo empresário Joesley Batista da conversa que teve com o presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu. O diálogo foi entregue por Joesley como prova do que disse em delação premiada. Ele acusou o presidente de receber propina da JBS, da qual é sócio.
Base
Em meio à sua defesa, na volta ao Brasil, Temer precisa fazer um novo esforço para rearticular a base aliada. Na Câmara, o presidente tem que assegurar os 172 votos necessários para derrubar as denúncias contra ele. Apesar de fontes do Planalto mostrarem otimismo com os votos, há quem reconheça que o clima político é incerto e na Câmara "nada é tranquilo".
Já no Senado, Temer terá que fazer um esforço para garantir que a reforma trabalhista - que esta semana registrou um revés da Comissão Assuntos Sociais (CAS) - avance.
Agenda
No domingo, o presidente deve reunir seus ministros e aliados mais próximos para traçar uma estratégia do início da semana. Os ministros que passaram a semana no Brasil, como Moreira Franco (Secretaria-geral da presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), que foram passar o fim de semana no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, respectivamente, retornarão para Brasília no domingo.
Na segunda-feira, Temer segue tentando dar ares de normalidade e já agendou para as 11h uma cerimônia de Sanção da Lei que Regulamenta a Diferenciação de Preço. Na parte da tarde, haverá também no Planalto uma cerimônia de Apresentação de Cartas Credenciais ao Presidente da República.
(Carla Araújo e Tania Monteiro).