Esse é um dos motivos pelos quais a proposta de Jucá tem recebido críticas, em especial do PT.
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), criticou a divisão. A proposta do Jucá quer favorecer o PMDB. O ideal é ter como base o número de votos nas últimas eleições. Do jeito que está, a eleição de um deputado no Acre terá o mesmo peso de um eleito em São Paulo, que precisa de muito mais votos para se eleger, afirmou o petista.
Zarattini criticou o teto de gasto proposto, de 70% da campanha mais cara na disputa de 2014, quando ainda era permitido o financiamento empresarial. Naquele ano, foram gastos R$ 5,36 bilhões nas campanhas em todo o País, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O valor, porém, pode ser menor, pois considera recursos doados entre candidatos que são computados como despesa duas vezes. É um absurdo você querer financiamento público e colocar limites tão altos como o que se está querendo, com base no financiamento privado.
Reforma
Para o cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Marco Antônio Carvalho Teixeira, apesar de ser necessária uma alternativa à regra atual, que ele trata como paliativa, é preciso antes rediscutir o modelo político do País. Sem mexer na atual estrutura não há como discutir fundo. Antes, é preciso repensar este universo em que há 35 partidos, afirmou. A coisa mais difícil é se fazer reforma em meio à crise. É feito de afogadilho, sem um debate, disse.
O professor da Escola de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) José Paulo Martins Junior afirmou que o problema é o fato de políticos serem responsáveis por definir as regras do jogo. O ideal é que houvesse a participação de grupos da sociedade, que possam debater, discutir de forma aberta as regras do jogo.
As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
(Thiago Faria).