A Câmara Municipal de Belo Horizonte quer se desfazer de 163 medalhas “esquecidas” por homenageados nos últimos anos.
Um edital convocando interessados em “destruir” as comendas, sem qualquer custo para o erário, foi publicado no Diário do Legislativo de sábado.
As medalhas foram se acumulando na Casa porque homenageados não foram recebê-las em solenidades realizadas pelo Legislativo – e elas não podem ser entregues a representantes.
“São muitos os motivos, às vezes o homenageado não busca a medalha, o vereador que indicou saiu e não entregou a medalha. Pode acontecer também da Câmara comprar medalhas demais e sobrar”, afirmou um funcionário da Câmara.
O presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB), foi procurado pelo Estado de Minas mas disse que não sabia do edital publicado no sábado.
De acordo com a Assessoria de Imprensa da Câmara, as medalhas não poderiam ser reaproveitadas porque referem-se a homenagens que já foram extintas, como comendas para funcionários e lideranças comunitárias.
Para evitar o uso inadequado dos objetos e sem condições para fazer o descarte correto, a Casa optou por contratar uma empresa para fazê-lo.
Grande Colar
Atualmente, existe na Câmara de BH apenas o Grande Colar Legislativo Municipal. Em abril deste ano, a Câmara aprovou um gasto de R$ 16,6 mil para a compra de 100 medalhas. O resultado da licitação foi publicado na edição de 26 de abril do Diário Oficial do Município. Também foi contratada a compra de colares, presilhas, distintivo civil e estojos por R$ 980.
A cerimônia ocorre no final do ano, quando os vereadores indicam personalidades ou instituições que tenham se destacado e contribuído para o desenvolvimento da cidade, do Estado e do país para receber a homenagem.
O Grande Colar foi criado pela Resolução 2.050/03, em substituição à Comenda da Ordem do Mérito Legislativo Municipal.