Na versão final do relatório entregue na tarde desta segunda-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal concluiu que Michel Temer “incentivou” os pagamentos ilícitos feitos por Joesley Batista, da JBS. Em delação feita pelo empresário, ele afirma que o presidente teria dado 'aval” para que fossem feitos pagamentos de uma espécie de mesada ao deputado cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que se mantivesse em silêncio.
Ainda segundo a PF, Temer atuou para obstruir a Justiça. A corporação ainda afirma que o presidente também participou de “organização criminosa”, formada por integrantes do PMDB na Câmara dos Deputados.
Segundo a PF, Temer atuou para obstruir a Justiça. O presidente praticou “infração penal praticada por organização criminosa, na medida em que incentivou a manutenção de pagamentos ilegitimos a Eduardo Cunha pelo empresário Joesley Batista, ao tempo em que deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção de membros da Magistratura Federal e do Ministerio Publico Federal que Ihe fora narrada pelo mesmo empresário”, afirma a corporação.
Assim que chegou em suas mãos, o ministro Edson Fachin, relator do caso no Supemo, enviou diretamente à Procuradoria-Geral da República (PGR) a documentação.
Além de Temer, a PF afirma que o empresário Joesley também atuou para obstruir a Justiça, na medida em que manteve os pagamentos ilegais.
O ex-ministro de Michel Temer, Geddel Vieira Lima, também foi apontado como um dos que agiram para obstrução da Justiça, pois teria manifestado interesse que os pagamentos a Cunha ao doleiro Lúcio Funaro.