O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta terça-feira, que o presidente Michel Temer (PMDB) '"convoque imediatamente" eleições diretas para a Presidência da República. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Itatiaia na manhã de hoje.
De acordo com Lula, Temer perdeu a credibilidade para continuar governando após a delação de Joesley Batista, da J&F, que embasaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa segunda-feira (26), de corrupção passiva cometida pelo presidente Michel Temer.
Para Lula, embora Temer tenha maioria no Congresso, a base aliada está fragilizada - para processar um presidente da República, o STF precisa de aval dos congressistas-, tendo em vista que a maioria da população, indicam pesquisas, quer que o presidente deixe o cargo.
Na última semana, Temer esteve em visita oficial à Rússia e Noruega, onde cometeu gafes, trocando nomes dos países ao discursar em eventos. Para Lula, não foram apenas estes os constrangimentos que o presidente passou. "Ele foi recebido por diretor de aeroporto e pelo terceiro vice-ministro", ironizou Lula.
Segundo o ex-presidente, Temer tem dado sinais permanentes de que "não tem condições de governar". "Tiraram a Dilma e o país está pior. O Brasil perdeu o protagonismo, havia orgulho de se andar com passaporte brasileiro", avalia Lula
Pesquisa
Lula também comentou pesquisa divulgada nessa segunda-feira (26), da Datafolha, sobre intenção de voto nas eleições presidenciais previstas para outubro de 2018. Lula aparece em primeiro lugar, com 30% dos votos, seguido de Bolsonaro e Marina 16% e 15%, respectivamente. "Se for necessário, serei (candidato a presidente da República), e a possibilidade de eu ganhar é muito grande", disse.
Triplex
Lula também comentou a iminência de uma sentença no processo conduzido pelo juiz Sérgio Moro, onde é acusado de adquirir ilegalmente um triplex no Guarujá, em São Paulo.
"Tudo que fiz foi provar a minha inocência. Fui a uma audiência e não apresentaram nada contra mim. Se tiver uma decisão que não seja a minha inocência, não vale a pena ser honesto neste país", afirmou.