A autonomia de Pacheco na condução dos trabalhos na CCJ é vista com temor pelos aliados do governo, que já começaram a pressioná-lo no sentido de influenciar a escolha do relator da denúncia na comissão. Pacheco - que ainda não definiu a relatoria do pedido da PGR - reiterou que nada impede a escolha de um único relator para todas as denúncias, mas que isso vai depender do conteúdo que chegar à Câmara.
Temer terá até 10 sessões de prazo para apresentar sua defesa na Câmara. O prazo começará a contar a partir do momento em que o presidente da República for notificado pela presidência da Câmara sobre a chegada da denúncia.
Apresentada a defesa, a CCJ terá mais cinco sessões para deliberar sobre o pedido. Pacheco disse que deve procurar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para definir o rito. "Talvez seja adequado sentar com o presidente (da Câmara) para deliberar um acordo de procedimento a ser adotado", afirmou.
Pacheco condenou a troca de membros titulares na CCJ e disse que, particularmente, é contra o procedimento porque as mudanças "ferem a independência do parlamentar". "Deixar de ser membro em razão de um posicionamento que ele tenha sobre um determinado tema é algo que para mim é inadequado", enfatizou. O peemedebista, no entanto, disse que não fará nenhum apelo aos líderes partidários para evitar as trocas por considerar que seria uma "interferência indevida" nas prerrogativas das lideranças.
Na segunda-feira, 26, a CCJ foi notificada de que o Solidariedade tirou o deputado Major Olímpio (SP) da titularidade e pôs o líder da bancada, Áureo (RJ).
A ordem entre os líderes governistas é tirar da CCJ os parlamentares que possam votar a favor da denúncia.
(Daiene Cardoso).