Brasília, 27 - A assessoria do senador João Alberto Souza (PMDB-MA), presidente do Conselho de Ética do Senado, esclareceu que o senador se sentiu mal e foi encaminhado ao hospital antes do almoço, portanto, antes do protocolo de recurso de sua decisão de arquivar o processo contra Aécio Neves.
De acordo com a equipe do senador, a internação foi comunicada à imprensa após o protocolo do recurso porque foi neste momento que a equipe médica do Hospital das Forças Armadas (HFA) informou que o senador teria de passar por procedimento cirúrgico para colocar um marca-passo.
O pedido de cassação de Aécio foi protocolado pela Rede e pelo PSOL com base nas gravações do senador com o dono da JBS, Joesley Batista, em que os interlocutores supostamente discutem o pagamento de R$ 2 milhões. Na última sexta-feira, João Alberto, como presidente do Conselho de Ética, decidiu arquivar o pedido alegando falta de provas.
Organizado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um recurso foi assinado pelos senadores Lasier Martins (PSD-RS), José Pimentel (PT-CE), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), João Capiberibe (PSB-AP) e Pedro Chaves (PSC-MS), que são membros titulares do Conselho de Ética. Também subscreveram o documento as senadoras Regina Sousa (PT-PI), Angela Portela (PDT-RR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que são suplentes. O recurso foi apresentado às 15h.
O próximo passo seria a convocação do Conselho de Ética para votar a abertura ou arquivamento do processo. A prerrogativa de agendar a reunião cabe apenas ao presidente do colegiado. Com o problema de saúde, uma data para reunião do colegiado para análise do caso Aécio fica imprevisível. Além disso, o Congresso Nacional entra em recesso parlamentar constitucional entre 18 e 31 de julho, período em que as votações são suspensas.
(Isabela Bonfim)