Brasília, 28 - Em visita ao Congresso Nacional, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 28, que somente o Judiciário deve decidir sobre a culpabilidade ou não do presidente Michel Temer, alvo de denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva.
"Não se pode estabelecer culpabilidade antes que ela exista, nem estabelecer juízo que não cabe a nós, nem à opinião pública, nem ao Poder Executivo, tampouco aos jornalistas, mas, sim, ao Judiciário. O Judiciário que deve tomar essa decisão", afirmou o prefeito de São Paulo.
Ao ser questionado sobre a atitude do presidente de atacar a PGR durante pronunciamento feito na terça-feira, Doria respondeu que é preciso garantir o direito de defesa do presidente.
Doria veio com uma agenda extensa a Brasília nesta quarta. Pela manhã, visitou os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), além dos líderes do PSDB nas duas Casas, senador Paulo Bauer (SC) e o deputado Ricardo Tripoli (SP). Possível candidato à presidência em 2018, o prefeito foi tratado como celebridade nos corredores do Congresso.
Ele disse que o objetivo dos encontros foi demonstrar apoio às reformas trabalhista e previdenciária - a segunda, entretanto, com um texto "mais enxuto" para assegurar a aprovação ainda este ano, de acordo com o prefeito.
"O apoio às reformas é o apoio ao Brasil, à governabilidade. O governador Geraldo Alckmin e eu temos sistematicamente nos manifestado no sentido de proteger o Brasil e garantir a governabilidade. Não se trata de fazer a defesa do presidente Temer, e, sim, do Brasil", disse o prefeito de São Paulo.
Indagado se Temer ainda possui condições de comandar o País, Doria afirmou: "A governabilidade existe. Estamos aqui."
Ele ponderou, contudo, que a decisão sobre a permanência ou não do partido na base aliada do governo terá que ser definida pelo Diretório Nacional da legenda. "Cabe à Executiva tomar essa decisão de prosseguir ou não. Minha visão é da governabilidade e de evitar instabilidade econômica. O sentimento é de responsabilidade", opinou.
(Julia Lindner)