Depois de deixar a Superintendência da PF em Brasília às 10h15 de ontem, Loures foi levado para Goiânia, onde colocou o equipamento. A tornozeleira, que não estava disponível na capital federal, visa a garantir o cumprimento da decisão de Fachin, que mandou soltar o peemedebista, mas impôs medidas cautelares.
Loures foi filmado após receber de um executivo do Grupo J&F - controlador da JBS -, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, uma mala com R$ 500 mil, em São Paulo. Segundo Joesley, Loures foi indicado pelo presidente Temer para intermediar interesses do grupo junto ao governo federal. O ex-assessor e ex-deputado estava preso desde o dia 3 de junho.
Anteontem, o ministro Fachin encaminhou ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, o alvará de soltura de Loures, a ser cumprido com as cautelas de lei e com observância das medidas determinadas.
O ex-deputado mora em um pequeno condomínio de luxo, com quatro casas. Ele terá de ficar em recolhimento domiciliar noturno (das 20 às 6 horas) e aos sábados, domingos e feriados, está proibido de deixar o País - tem de entregar seu passaporte à PF em 48 horas - e não pode manter contato com investigados, réus ou testemunhas do caso JBS.
Os agentes federais deixaram o local logo após Loures entrar em sua casa. O peemedebista não falou com a imprensa.
Julgamento.
Fachin levará, em agosto, para julgamento na Segunda Turma do STF um recurso contra sua decisão que determinou o envio ao Tribunal Regional Federal da 3.ª Região os autos das investigações relativas ao procurador da República Ângelo Goulart Vilella e ao advogado Willer Tomaz de Souza, ambos presos no âmbito da Operação Patmos.
O Estado de S. Paulo.
(André Borges, Rafael Moraes Moura e André Dusek).