São Paulo – O procurador Januario Paludo, da força-tarefa da Operação Lava-Jato, sugeriu ao empresário Ildefonso Colares Filho, ligado à empreiteira Queiroz Galvão, que use o Sistema Único de Saúde (SUS).
A defesa do executivo havia pedido a liberação de 30% de R$ 17,1 milhões, valor total bloqueado (R$ 7.511,80 em dois bancos, R$ 17.170.762,67 em Letra de Crédito de Agronegócio - LCA no Banco do Brasil e R$ 4,60 em conta-corrente de outro banco).
No início de junho, o executivo informou ao juiz federal Sérgio Moro que em 17 de fevereiro deste ano foi submetido a uma cirurgia para retirada de carcinoma hepatocelular. Ildefonso relatou que está fazendo sessões de radioterapia e tomando diversos medicamentos.
A Moro, o executivo apresentou uma tabela com despesas médicas que somaram R$ 391.352,90 em 2016. Ildefonso informou que o tratamento que está sendo realizado é considerado alternativo, razão pela qual os procedimentos só podem ser realizados de forma particular, sem assistência integral de plano de saúde.
Januario Paludo manifestou-se favoravelmente à liberação de 5% da Letra de Crédito do Agronegócio, do executivo - R$ 850 mil -, mas colocou como condição a apresentação de bem imóvel de valor equivalente ou superior, livre e desembaraçado, para constituição de garantia real. O procurador informou que os R$ 850 mil são suficientes para dois anos de tratamento. “Recorde-se que o Estado já garante acesso universal à saúde - mínimo existencial - inclusive ao requerente, que poderia valer-se do sistema único de saúde, daí por que a exigência de garantias”, afirmou Januário.
Ildefonso é réu em duas ações penais da Lava-Jato. Em uma responde por crimes de cartel, fraude à licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa Em outro processo, o executivo é acusado por corrupção ativa.
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