São Paulo – O procurador Januario Paludo, da força-tarefa da Operação Lava-Jato, sugeriu ao empresário Ildefonso Colares Filho, ligado à empreiteira Queiroz Galvão, que use o Sistema Único de Saúde (SUS). A recomendação do procurador foi dada após o executivo pedir liberação parcial de valores bloqueados pela Justiça para pagar suas despesas com custoso tratamento de saúde.
No início de junho, o executivo informou ao juiz federal Sérgio Moro que em 17 de fevereiro deste ano foi submetido a uma cirurgia para retirada de carcinoma hepatocelular. Ildefonso relatou que está fazendo sessões de radioterapia e tomando diversos medicamentos.
A Moro, o executivo apresentou uma tabela com despesas médicas que somaram R$ 391.352,90 em 2016. Ildefonso informou que o tratamento que está sendo realizado é considerado alternativo, razão pela qual os procedimentos só podem ser realizados de forma particular, sem assistência integral de plano de saúde.
Januario Paludo manifestou-se favoravelmente à liberação de 5% da Letra de Crédito do Agronegócio, do executivo - R$ 850 mil -, mas colocou como condição a apresentação de bem imóvel de valor equivalente ou superior, livre e desembaraçado, para constituição de garantia real. O procurador informou que os R$ 850 mil são suficientes para dois anos de tratamento. “Recorde-se que o Estado já garante acesso universal à saúde - mínimo existencial - inclusive ao requerente, que poderia valer-se do sistema único de saúde, daí por que a exigência de garantias”, afirmou Januário.
Ildefonso é réu em duas ações penais da Lava-Jato. Em uma responde por crimes de cartel, fraude à licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa Em outro processo, o executivo é acusado por corrupção ativa.