"Tenho respeito pelo senador Aécio Neves, mas entendo que, neste momento, o mais adequado para ele é que ele possa se afastar da presidência do PSDB", afirmou Doria, ao entregar a restauração dos Arcos do Jânio, no centro da capital. "Entendo que é melhor para o presidente atual, mas espero que ele se mantenha como senador da República."
Desde maio, o senador Tasso Jereissati (CE) assumiu interinamente o comando nacional do partido, quando Aécio Neves se licenciou após divulgação da gravação em que pede R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. No mesmo mês, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou o afastamento de Aécio das funções parlamentares, mas o tucano foi reconduzido ao Senado por decisão do ministro Marco Aurélio, na última sexta-feira, 30.
"Ele tem o direito de se defender - e tenho certeza de que o fará muito bem -, mas o PSDB precisa seguir o seu caminho, precisa seguir a sua rota. Não pode ficar nessa interinidade ou numa circunstância onde o presidente do PSDB tem de responder pela Lava Jato e ao mesmo tempo pelo PSDB. Não considero isso compatível", afirmou Doria.
O mandato da atual direção do PSDB terminaria em maio, mas foi prorrogado por mais um ano por Aécio por meio de uma resolução de 15 de dezembro de 2016. Na ocasião, aliados de Alckmin se colocaram contra a medida. Isolado da máquina partidária na gestão de Aécio, Alckmin ganhou projeção desde que Jereissati assumiu o partido.
Para o prefeito de São Paulo, o PSDB deveria efetivar Jereissati no cargo ou eleger um novo comando para legenda em 2018.
(Felipe Resk).