Aécio diz que sua assinatura digital foi usada 'sem seu conhecimento'

Brasília - Presidente afastado do PSDB, o senador Aécio Neves disse que sua assinatura digital no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi usada "sem o seu conhecimento" no documento que determinou a troca do comando do partido no Acre e pediu ao senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino, que anule a decisão.

"Ao tomar conhecimento na data de hoje de que sua assinatura digital teria sido usada sem seu conhecimento para oficializar a medida, o presidente licenciado, senador Aécio Neves, solicitou ao presidente em exercício, senador Tasso Jereissati, que a torne sem efeito e que o assunto seja submetido à deliberação na próxima reunião da Executiva Nacional", informou a assessoria do PSDB, por meio de nota.

Reportagem do Estado publicada ontem mostrou que a assinatura eletrônica de Aécio no TSE está registrada no Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (SGPI) em um documento que interrompeu o mandato do deputado federal Major Rocha como presidente do PSDB no Acre.

Integrante do grupo batizado como "cabeças pretas", ala de tucanos que defende o rompimento do partido com o governo Michel Temer, Major Rocha acusa Aécio de ter colocado em seu lugar um aliado.

A reportagem teve acesso ao documento da Justiça Eleitoral que sacramenta o término do mandato de todo o Diretório Estadual acriano.

Segundo o documento, o prazo foi alterado de 31 de maio de 2018 para 17 de junho de 2017.
Uma consulta no site do TSE informa que, antes dessa, a última alteração tinha sido realizada dois meses antes, no dia 7 de abril, quando o mandato de todos os membros do Diretório fora prorrogado por um ano.

O diretor de Gestão Corporativa do PSDB, João Almeida, disse que foi ele quem usou o login e a senha de Aécio para alterar a composição do Diretório.

Prorrogação


Em dezembro do ano passado, Aécio articulou com a Executiva Nacional do PSDB a prorrogação de todos os dirigentes do partido até maio de 2018.

A manobra, que ampliou seu mandato na presidência da legenda, foi criticada por aliados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Foram 29 votos a favor, dois contra e uma abstenção na Executiva. Os dois votos contrários foram dos deputados Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB, e Eduardo Cury (SP). Ambos são aliados de Alckmin.

Em sua intervenção à época, Torres tentou reduzir o prazo da extensão do mandato e propôs que Aécio comandasse a sigla até janeiro de 2018, mas foi derrotado. .