Brasília – Indicada pelo presidente Michel temer para substituir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a subprocuradora-geral Raquel Dodge, tem, desde terça-feira, percorrido os gabinetes dos senadores que vão sabatiná-la na quarta-feira que vem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso aprovado pelo colegiado, o nome dela será encaminhado em seguida ao plenário do Senado, que dará a palavra final.
Ontem, ao ler na CCJ seu parecer favorável à indicação de Raquel, o relator, senador Roberto Rocha (PSB-MA), disse acreditar em uma aprovação tranquila da subprocuradora. “Foi uma escolha do presidente que prestigia o mérito. Ela teve o reconhecimento pelos seus colegas, inclusive a força-tarefa da Lava-Jato elogia a indicação, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) também elogia e evidentemente que nós recolhemos até agora bons motivos para apresentar à CCJ”, afirmou Rocha.
O relator se reuniu por cerca de uma hora e meia com Raquel na terça-feira em seu gabinete. Na ocasião, segundo ele, não discutiram temas como a Lava-Jato ou a opinião dela sobre delações premiadas. “Assuntos que estão em investigação a gente evitou comentar”, disse.
A procuradora ficou em segundo lugar, atrás de Nicolao Dino, atual vice-procurador-geral eleitoral. Cabe ao procurador-geral da República, entre outras atribuições, investigar e oferecer denúncias contra políticos que têm direito ao chamado foro privilegiado.
Na lista dos senadores que vão sabatiná-la na CCJ estão, além de Rocha, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), o petista Jorge Viana (AC), a senadora Ana Amélia (PP-RS) e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). Na semana passada, Raquel esteve com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Senadores da oposição, que chegaram a reclamar da pressa em aprovar a indicação de Temer para o lugar de Rodrigo Janot, não participaram da reunião da CCJ na qual o relatório foi lido.
Para o presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, a expectativa é de que a sabatina seja dura, mas no fim o nome de Raquel será aprovado. “O Senado vai exercer sua função. Nós esperamos mesmo que seja uma sabatina longa, uma sabatina dura, porque faz parte do órgão. Temos absoluta tranquilidade que o nome da Raquel será aprovado”, disse Robalinho.
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