Os principais alvos do acordo são o presidente Michel Temer, os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Eduardo Alves, além de Cunha, todos do PMDB. Outro alvo será o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
Desde a revelação do acordo de colaboração dos executivos da JBS, na qual Funaro foi apontado pelo empresário Joesley Batista como operador financeiro do PMDB da Câmara, grupo político de Temer, o corretor voltou a negociar uma delação. Antes, havia interrompido as conversas com os investigadores por causa dos pagamentos que recebia do Grupo J&F.
Nas últimas três semanas, enquanto participava das audiências do processo da Operação Sépsis, na Justiça Federal de Brasília, Funaro vinha escrevendo em um computador e em um caderno espiral os resumos do que entregará no acordo. Além de detalhar sua atuação para o PMDB da Câmara, o futuro delator deverá explicar sua relação com o presidente.
Funaro pretende confirmar ter recebido valores de Joesley para não fazer um acordo e evitar problemas para Temer e seu grupo político. Seus depoimentos devem ser usados na denúncia que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prepara contra Temer pelo crime de obstrução da Justiça.
Reunião
Há duas semanas, após uma das audiência da Sépsis, Funaro chegou a se reunir por cerca de 30 minutos com o procurador Anselmo Cordeiro Lopes em uma sala reservada onde discutiu os principais temas que delatará. Anselmo é o procurador das Operações Sépsis e Greenfield.
Já na semana passada, depois de mais uma audiência, o advogado Figueiredo Basto chegou ao prédio da Justiça e informou Funaro de que o juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara Criminal, havia autorizada a transferência para a carceragem.
Temer, Geddel e Henrique Alves negam envolvimento em irregularidades.
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