Brasília - A bancada do PMDB protocolou na manhã desta terça-feira, 11, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) um voto em separado contra a denúncia do presidente Michel Temer. A ação é um movimento da bancada para mostrar que o relator Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), que nesta segunda apresentou parecer pela admissibilidade da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), está isolado.
Leia Mais
Pacheco diz que não aceitará manobras da base para encurtar debates na CCJTucanos optam pelo silêncio na sessão da CCJNo voto em separado, os peemedebistas dizem que a denúncia não prova que os R$ 500 mil recebidos pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) se destinariam a Temer e que não há demonstração de "comunhão de ações" entre o presidente da República e o ex-parlamentar. Os peemedebistas dizem que é impossível identificar elementos que apontem a prática do crime de corrupção passiva e pedem a inadmissibilidade da denúncia.
"A denúncia não representa uma argumentação lógica e coerente, por meio da construção de uma linha argumentativa que apresente de forma clara e concisa todas as elementares do tipo penal imputado ao senhor presidente da República, prejudicando o direito constitucional à ampla defesa, pois não há provas do que se está sendo imputado", destaca o voto.
Além do voto em separado da bancada, apresentaram pareceres em paralelo pela admissibilidade da denúncia os deputados Major Olímpio (SD-SP) e deputados do PDT, liderados por Afonso Motta (PDT-RS). Há um voto individual de Hildo Rocha (MA) pela inadmissibilidade do pedido da PGR.
Para que o voto em separado seja colocado em apreciação, será preciso derrotar o parecer de Zveiter com mais de 34 votos. Caberá ao presidente da CCJ escolher entre os que votaram contra o parecer de Zveiter um voto no sentido contrário ao da admissibilidade.
Reunião
Na segunda-feira, um dos advogados de defesa de Temer, Gustavo Guedes, participou de uma reunião com deputados do PMDB após o encerramento da sessão da CCJ.
O advogado, no entanto, negou ter participado da elaboração do texto. "Eu vim conversar com os deputados sobre a sessão de hoje, quais os próximos passos", disse.
Guedes, que é advogado do PMDB e defendeu Temer no processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está ajudando o criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira a fazer a defesa do presidente no caso da denúncia que tramita na Câmara.
.