Brasília - Ao mesmo tempo em que intensifica as articulações para barrar na Câmara a denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 11, que será "obediente" ao que os deputados decidirem, respeitando "qualquer que seja o resultado da votação". Temer afirmou, contudo, que não vai "tolerar que paralisem o País" e que "o importante é que enquanto alguns protestam, a caravana passe e está passando".
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CCJ da Câmara começa hoje debate da denúncia contra TemerConfira o placar dos votos dos deputados mineiros na denúncia contra TemerGoverno Temer pressiona para derrubar denúncia de corrupçãoGovernistas já têm pronto requerimento para encurtar sessão da CCJCCJ da Câmara começa fase de debate de denúncia contra TemerSiglas são pressionadas a votar em bloco contra denúnciaDeputados fazem fila quatro horas antes para garantir discursos na sessão da CCJ'G-8' do impeachment volta a se reunir na CâmaraAlém de participar de dois eventos públicos, Temer usou seus pronunciamentos para reforçar o discurso de que - embora de transição - seu governo é o único capaz de implementar reformas e traçar o caminho para a retomada do crescimento.
"De vez em quando eu vejo dizendo: 'Ah, se a economia vai bem não precisa de governo'. Precisa sim, porque foi este governo que botou a economia nos trilhos. Foi este governo que está colocando o trem nos trilhos, para que quem chegar em 2019 possa apanhar a locomotiva com os trilhos no lugar."
Mais tarde, ao tratar diretamente da denúncia, afirmou: "Estarei obediente à tudo aquilo que os senhores deputados decidirem. Mas quero agradecer a eles, porque revelaram a indignação com a injustiça. Não só injustiça com o fato em si, mas injustiça com que se faz com o Brasil. Porque os que querem na verdade impedir que continuemos, são aqueles que querem paralisar o País".
Temer participou do evento de lançamento do Programa Nacional de Regularização Fundiária, que facilitará a legalização de imóveis nas áreas urbana a rural.
O peemedebista agradeceu aos parlamentares que o apoiaram na CCJ. "Para não dizer que não falei de flores, quero agradecer àqueles que no dia de ontem (anteontem) usaram da sua palavra, da sua oratória, da sua emoção e mais particularmente da sua indignação contra o que ouviram na comissão."
Maia
Temer chegou ao Salão Nobre do Planalto acompanhado de ministros. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha confirmado presença, não compareceu. O convite tinha como objetivo arrefecer os rumores de desgaste na relação com Maia, que assume a Presidência em caso de afastamento de Temer se a denúncia for aceita pelo Supremo.
Na terça-feira, Temer negou desgaste. Questionado se a relação dos dois "tinha azedado", o presidente fez gesto de positivo e disse: "(A relação está) A melhor possível". Anteontem, Temer recebeu Maia no Jaburu e fez apelos para que ele paute a denúncia no plenário até sexta-feira.
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