Brasília - A subprocuradora Raquel Dodge deve explorar nesta quarta-feira, 12, em sabatina no Senado, sua diferença de estilo em relação ao atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Nas conversas, segundo relatos dos parlamentares, ela defendeu a Lava Jato e disse que vai fortalecer as investigações, mas evitar "exposições desnecessárias". A exposição de investigados, como o vazamento de delações premiadas, é uma das principais críticas da classe política a Janot.
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Relator diz acreditar em aprovação tranquila de Raquel Dodge no SenadoRelatório sobre a indicação de Raquel Dodge para a PGR é lido na CCJRelator cita 'experiência inquestionável' de Raquel Dodge para chefiar PGRRaquel Dodge é nomeada procuradora-geral da RepúblicaCombate à corrupção continuará a ser prioridade do MPF, diz Raquel DodgeA subprocuradora passou os últimos dias percorrendo gabinetes de senadores para se apresentar e mostrar que está preparada para comandar o Ministério Público Federal.
Outro ponto no discurso de Raquel que agradou à Casa é que, nos encontros, ela fez questão de repetir que "só falará nos autos", o que, para um dos parlamentares que estiveram com ela, indicou um contraponto ao "estilo midiático de Janot".
Raquel fez ontem um último corpo a corpo com senadores e se encontrou pela manhã com a bancada do PSD e com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Segundo disse à reportagem na semana passada, as visitas seriam uma demonstração de "respeito à instituição". A intenção de Raquel era encontrar os 81 senadores antes da sabatina, o que não foi possível. A assessoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), por exemplo, informou que o encontro previsto não ocorreu.
Raquel terá 30 minutos para fazer uma apresentação na CCJ.
Questionado se espera algum tipo de constrangimento pelo fato de os parlamentares sabatinarem quem vai investigá-los, Antonio Anastasia (PSDB-MG), vice-presidente da CCJ e alvo de inquérito na Lava Jato, negou. "Será uma sabatina estritamente institucional", disse.
'Preparada'
Presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), José Robalinho Cavalcanti disse que Raquel está preparada para responder "a qualquer tipo de pergunta". "É uma pessoa preparadíssima. Ela tem história, estudou. Sua característica é de estar sempre tranquila e serena, mesmo diante de qualquer tipo de pressão." Robalinho pretende acompanhar a sabatina in loco.
Raquel foi a segunda colocada na lista tríplice da ANPR.
Caso seja aprovada na CCJ, a intenção do presidente do Senado é levar a indicação ainda hoje para o plenário. A condição, porém, é de que haja quórum mínimo de 41 senadores para que a votação ocorra. Tanto na CCJ quanto no plenário a indicação precisa de maioria simples dos presentes para ser aprovada.
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