Jornal Estado de Minas

Siglas são pressionadas a votar em bloco contra denúncia

Brasília - O presidente Michel Temer está atuando intensamente para conseguir derrubar a denúncia contra ele - que está em tramitação na Câmara dos Deputados - ainda nesta semana e para tentar convencer partidos da base aliada a fechar questão contra o seguimento do processo.

No Palácio do Planalto, a avaliação é a de que, apesar de a situação ser delicada, hoje o presidente teria os votos necessários para barrar o andamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o peemedebista pelo crime de corrupção passiva tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa como no plenário.

A primeira bancada a se posicionar favorável ao governo foi a do PP. O líder do partido na Câmara, deputado Arthur Lira (AL), anunciou ontem que a sigla fechou questão para votar contra a admissibilidade da denúncia contra Temer na CCJ e no plenário. A legenda tem 47 deputados, sendo seis deles membros titulares na CCJ. O fechamento de questão é uma decisão partidária em que os parlamentares são obrigados a votar de acordo com a orientação da legenda. Caso desobedeçam a essa determinação, ficam sujeitos a punições, entre elas a expulsão.

Para que o Supremo Tribunal Federal (STF) seja autorizado a abrir uma ação penal contra o presidente da República é necessário o voto de 342 dos 513 deputados.

Expectativa


Sem "fatos novos", como o desembarque formal do PSDB do governo Temer, uma nova denúncia contra o presidente por parte da Procuradoria-Geral da República ou a conclusão de um acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato do ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e do corretor Lúcio Funaro, aliados de Temer avaliam que o quadro mais provável, hoje, é de vitória para o governo.

Apesar dessa avaliação, o presidente tem trabalhado nos últimos dias para que partidos da base aliada demonstrem apoio ao governo e fechem questão contra a denúncia. Além do PMDB, que marcou reunião para hoje, o PR também deve seguir o mesmo caminho.

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