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Estado de Minas

Lula: única prova que existe neste processo é a da minha inocência


postado em 13/07/2017 13:25

São Paulo, 13 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 13, em entrevista à imprensa que vai recorrer em todas as instâncias contra a sentença do juiz federal Sergio Moro, que o condenou a 9 anos e seis meses de prisão. "A única prova que existe neste processo é a da minha inocência", disse o petista, arrancando aplausos dos militantes presentes no evento em São Paulo.

Lula negou que seja dono do triplex no Guarujá e ressaltou em diversos momentos da entrevista que a decisão de Moro foi "política". O ex-presidente disse que quer ver provas concretas de sua culpa e declarou que sua cabeça, a de um cidadão que tem a quarta série e curso de mecânica, não compreende a sentença.

"Quero desafiar meus inimigos, como os donos de veículos de comunicação, que apresentem provas", afirmou. O petista afirmou que vai processar a sentença no Conselho Nacional de Justiça e recorrer em todas as instâncias. "O processo começou com uma mentira. Achava que Moro iria recusar."

"Minha indignação como cidadão brasileiro não me faz perder a crença na Justiça deste País", disse o petista, ressaltando que está disposto a brigar, quase aos 72 anos, com a mesma energia que tinha quando tinha 30 anos. "Pela crença na Justiça forte, digo que ela não pode mentir e nem tomar decisão política", declarou o petista.

"Se alguém tiver prova contra mim, por favor, peço que me digam e me desmascarem", disse Lula. Segundo o petista, desde que o processo contra ele começou, o "Moro sempre afirmou à imprensa que precisava muito da cobertura da mídia". Além disso, em todos os interrogatórios, o nome de Lula sempre era o primeiro citado por Moro. "A coisa que eu mais lia eram as pessoas dizendo que tal pessoa foi presa e no interrogatório a primeira pergunta pedia o nome do Lula."

Além de criticar Moro, Lula mencionou as delações premiadas. Ele citou o caso do empresário Léo Pinheiro, da construtora OAS, que foi condenado a 23 anos de prisão na Operação Lava Jato, mas resolveu fazer uma delação. "Delatar é um prêmio neste País", afirmou, ressaltando que para os delatores precisaram falar o nome de Lula para conseguir este prêmio. "Era visível que o que menos importava era o que eu falava, já tinham a condenação pronta", disse, ao falar de seu depoimento a Sergio Moro.

O ex-presidente afirmou que Moro não tem que prestar contas para ele, mas sim para a história. O petista defendeu que é preciso ter instituições, como a Polícia Federal e o Ministério Público, fortes, mas um dos requisitos para isso é que as pessoas que fazem parte delas precisam ter responsabilidade.

(Elizabeth Lopes)


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