Partidos que fecharam questão na semana passada a favor do governo em relação à denúncia feita pelo procurador Rodrigo Janot – exceção feita ao PMDB – pressionam o Planalto para desalojar da Esplanada as legendas que são favoráveis à investigação. PP, PR, PTB, PSD e o Solidariedade, especialmente por intermédio do presidente da legenda, o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), querem que o presidente Michel Temer resolva essa questão antes da votação do relatório, marcada para o dia 2 de agosto. O Planalto não quer mudar nada, especialmente os cargos ocupados por tucanos, antes de ter certeza de que derrotará o texto no plenário.
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Temer vai ao Nordeste para apaziguar PSDBOposição pede para PGR investigar Temer por emendasJanot diz que 'não tem pressa' para entregar nova acusação contra TemerProcurador achou que era 'mentira' revelação de Joesley sobre TemerNo plenário, ao menos 3 votos podem mudar denúncia contra TemerO PSDB ocupa, atualmente, quatro ministérios: Cidades, com Bruno Araújo; Relações Exteriores, com Aloysio Nunes Ferreira; Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy; e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.
Alguns peemedebistas acham pouco prudente que o Planalto abra mão de legendas como o PSDB e o DEM, que emprestam um verniz mais ideológico à gestão, e se apoie, basicamente, no Centrão, que tende a ser voraz na briga por mais espaços na máquina pública. Nem internamente eles se entendem. Um dos caciques do grupo admite que há
O Solidariedade, por exemplo, bate e assopra ao mesmo tempo. Paulinho da Força é explícito ao dizer que Temer “deve demitir o PSDB”. Já o líder na Câmara, Áureo (RJ), lembra que a legenda não tem cargos e que, por isso, não pode ser acusada de pressionar nada.
A exemplo de outros aliados do governo, o partido substituiu, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o deputado Major Olímpio (SP) — favorável às investigações — pelo deputado Laércio Oliveira (SE). Mas este acabou votando contra os interesses do governo. “Os nossos deputados têm liberdade de consciência. A questão é que o Major Olímpio tinha opinião formada antes que o relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) fosse apresentado”, despistou Áureo.
Ontem, mais uma vez, por falta de quorum, não foi possível ler o relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), aprovado na CCJ. Seriam necessários 55 deputados para que o documento fosse lido, hoje, em plenário. No entanto, apenas 14 dos 513 eleitos bateram ponto na Casa. “O Congresso está vazio, teremos que esperar a volta do recesso. Mas, enquanto isso, estou com um projeto para alterar o Regimento Interno da Casa e tornar impossível essas mudanças realizadas na CCJ”, criticou o deputado Rubens Bueno (PPS-PR).
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