O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), definiu nesta terça-feira o rito a ser seguido pela Casa na votação da denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer (PMDB). No procedimento encaminhado aos lideres partidários, Maia enumera 14 pontos que deverão ser seguidos antes e durante a apreciação em plenário.
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Temer tenta atrair deputados ao PMDB para evitar ampliação do DEMTemer diz desconhecer suposto esquema de propinas na CaixaDenúncia de Temer mobiliza menos participação que impeachment de DilmaNo plenário, ao menos 3 votos podem mudar denúncia contra TemerSegundo os procedimentos divulgados pela secretaria, a sessão poderá ser aberta depois de atingido o quórum de 51 deputados, a Ordem do Dia será iniciada com 52 deputados em plenário e a votação do parecer aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que pede o arquivamento da denúncia, com a presença de pelo menos 342 parlamentares. Este é o número mínimo de votos exigidos pela Constituição Federal para que o processo da denúncia possa ser instaurado na Justiça.
Ainda de acordo com o rito, o relator Paulo Abi-Ackel terá 25 minutos para a defesa de seu relatório. O mesmo tempo também será destinado a Michel Temer ou a sua defesa. Há ainda a possibilidade de divisão desses minutos entre o próprio presente e o seu advogado.
Ficou ainda estabelecido o número mínimo de quatro oradores inscritos para falarem no dia por até cinco minutos. Deverá ocorrer alternância entre favoráveis e contrários ao seguimento da investigação. Após essa exigência mínima, os parlamentares podem apresentar requerimento para que a discussão seja encerrada. Para isso, será necessária a presença de, pelo menos, 257 deputados com presença registrada no plenário.
Para que seja aberta a votação, o quórum mínimo tem que ser de 342 deputados. Para o encaminhamento será disponibilizado mais cinco minutos para quatro oradores, sendo dois contrários e outros dois favoráveis, alternadamente. Os líderes partidários ainda terão um minuto para encaminhar as bancadas.
No momento da votação, os parlamentares serão chamados em ordem alfabética e por estado. Será alternado um estado da Região Norte e outro da Sul, sucessivamente.
Caso não seja completado o quórum de 342 presentes na votação outra sessão deverá ser convocada.
Na última semana, o Estado de Minas ouviu os 53 deputados mineiros na Câmara. À reportagem, 18 deputados se disseram favoráveis à admissibilidade da denúncia e 27 preferiram não se manifestar ou estão indecisos. Apenas oito disseram que votarão contra o recebimento da denúncia.
No inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa Michel Temer de ter se aproveitado da condição de chefe do Poder Executivo e recebido, por intermédio do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, “vantagem indevida” de R$ 500 mil. O valor teria sido ofertado pelo empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS, investigado pela Operação Lava-Jato.
A defesa do presidente Michel Temer argumenta que as provas contidas na denúncia não são concretas e que o presidente não cometeu nenhum ilício.